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Metodologias ágeis no help desk: mais impacto nos atendimentos

Escrito por Agidesk | Apr 17, 2025 5:29:26 PM

Já parou pra pensar quantas vezes você passou por um atendimento rápido, mas que não ajudou muito? Isso acontece quando o foco está só em responder, e não necessariamente em resolver. Agora, imagine uma segunda situação de um atendimento que entendeu verdadeiramente seu problema, tratou suas questões com agilidade e ainda te surpreendeu com uma solução completa. A sensação é outra. E a experiência, também.

Essa diferença, muitas vezes, não se dá só pela boa vontade da equipe — mas de uma estrutura pensada para funcionar melhor. É justamente esse o ponto que as metodologias ágeis ajudam a construir: quando bem aplicadas — com processos bem definidos, ferramentas certas e uma equipe preparada — elas tornam o atendimento mais inteligente, eficiente e pronto para evoluir junto com o negócio. 

Um estudo da McKinsey & Company, inclusive, mostra que empresas que adotam essa agilidade mais estratégica no atendimento conseguem aumentar a produtividade em até 30%, além de reduzir o tempo de resolução de problemas¹. Ou seja, para conquistar resultados reais, é preciso parar de enxergar o atendimento como uma simples linha na planilha de custos e começar a tratá-lo como um hub estratégico de valor e relacionamento.

Para tornar isso mais próximo da sua realidade, neste artigo mostramos todos os quês e porquês de adotar metodologias ágeis — com dicas para criar um ambiente onde o time trabalha com propósito, as entregas ganham foco e o cliente percebe, em cada interação, um atendimento mais humano, ágil e valioso.

Antes, é preciso entender: o que é uma metodologia ágil?

Antes de saber como aplicar agilidade ao atendimento, é importante dar um passo para trás e compreender o que realmente significa trabalhar com esse tipo de abordagem.

De forma simples, uma metodologia ágil pode ser definida como um conjunto de práticas que priorizam flexibilidade, colaboração e entregas rápidas e contínuas de valor. Ao invés de seguir um plano rígido, ela permite ajustes rápidos conforme surgem novas necessidades ou mudanças — independentemente do cenário onde é aplicada. Por isso, ela já é utilizada em diversas áreas, incluindo o atendimento ao cliente, mesmo que sua origem esteja no universo do desenvolvimento de software.

Dizemos que aplicar uma metodologia ágil não é sobre seguir uma receita pronta, e sim adotar uma forma de pensar e trabalhar mais dinâmica, centrada no valor entregue. E, para que isso aconteça, existem pilares fundamentais que sustentam esse modelo de atuação:

  • Iterações curtas (sprints): o trabalho deve ser dividido em ciclos curtos — geralmente de 1 a 4 semanas — com entregas frequentes e que permitam que os executores testem, corrijam e evoluam de forma contínua;

  • Adaptação constante: ao final de cada ciclo, o time precisa revisar os aprendizados, ajustar planos e refinar processos com o objetivo de evoluir continuamente, sempre com base em dados reais e feedbacks;

  • Colaboração próxima: equipes multidisciplinares precisam atuar de forma integrada e com autonomia, mantendo uma comunicação clara e constante. O cliente, por sua vez, pode não participar de todas as etapas do processo de entrega, mas sempre que possível, deve também trazer suas impressões e perspectivas;

  • Foco no valor: a prioridade está em entregar aquilo que realmente faz diferença para o cliente — e o mais cedo possível. Funcionalidades ou iniciativas relevantes devem ser algo a ser priorizado com base no impacto gerado;

  • Menos burocracia, mais agilidade: a documentação e os processos precisam existir, mas sem engessar o fluxo de trabalho, afinal, para as metodologias ágeis, o mais importante é o que funciona na prática.

Principais frameworks ágeis aplicáveis ao atendimento

Agora que você já conhece os princípios da agilidade, é hora de ver como isso se traduz na prática. Abaixo, destacamos os principais frameworks ágeis que podem ser aplicados no contexto de atendimento, veja só:

Kanban

O Kanban é um framework que ajuda equipes a gerenciar o fluxo de trabalho de forma contínua e evolutiva. Seu foco é tornar atividades e execuções claras, se baseando em um sistema de visualização de tarefas que utiliza cartões e quadros para representar as atividades. É desta maneira que todos passam a compreender, em tempo real, o que está sendo feito, por quem e em que estágio cada tarefa se encontra.No contexto do atendimento, o Kanban traz uma gestão visual e organizada, ajudando o time a equilibrar esforços e manter o ritmo. Ele também facilita a identificação de gargalos e a adaptação rápida às demandas, equilibrando esforços de maneira mais coordenada.

Scrumban e rituais

O Scrumban é um framework híbrido que combina práticas do Scrum com a flexibilidade do Kanban. Ele oferece uma abordagem mais adaptável ao longo do tempo, permitindo que as equipes ajustem e evoluam seus processos de acordo com as necessidades do trabalho e do contexto. Dentro desse framework, algumas práticas essenciais incluem:

  • Planejamento: como o nome sugere, é o momento de preparação que pode acontecer em ciclos curtos ou longos, dependendo da necessidade do time. É nessa etapa que todos, juntos, definem quais tarefas serão priorizadas nas próximas semanas;

  • Daily check-ins: reuniões diárias, normalmente curtas, para revisar o andamento das tarefas, saber o que está sendo trabalhado, quem está fazendo o quê e o que ainda precisa ser feito;

  • Retrospectivas: são encontros regulares, geralmente realizados ao final de um ciclo, em que a equipe analisa seu desempenho. Nessas reuniões, são discutidos pontos como o tempo de atendimento, motivos de contato e feedbacks dos clientes.

Matriz de prioridade

A matriz de prioridade é uma ferramenta importante para a gestão eficiente de tickets de suporte. Com ela, é possível avaliar, classificar e direcionar as demandas com mais inteligência e rapidez, garantindo que o que é mais crítico receba a devida atenção. Essa priorização é feita com base em critérios específicos, como:

  • Cliente estratégico: tickets de clientes considerados estratégicos — seja pelo impacto financeiro, pela parceria de longo prazo ou pela relevância no mercado — ganham prioridade no atendimento. A ideia é minimizar qualquer risco de insatisfação ou prejuízo com quem é essencial para o negócio;

  • Urgência: aqui, considera-se o tempo de resposta necessário diante do impacto imediato. É quando o problema precisa ser resolvido o quanto antes para evitar grandes prejuízos — como sistemas fora do ar, falhas que interrompem a operação ou compromissos com prazos apertados;

  • Tipo de problema: neste caso, classifica-se a demanda conforme sua natureza — seja ela um incidente grave, uma falha parcial, uma dúvida recorrente ou uma solicitação de melhoria, por exemplo. Essa categorização ajuda a entender o nível de complexidade e esforço envolvido na resolução, influenciando na priorização, mesmo que o problema em si não seja crítico.

XP (Extreme Programming)

O XP, ou Extreme Programming, é uma metodologia ágil com foco na entrega de qualidade, adaptação constante e colaboração intensa entre os envolvidos — tudo para que os serviços prestados sigam sempre um padrão elevado e tragam o cliente como o centro das tomadas de decisão.

Embora pensado para programadores, seus princípios podem ser aplicados também no contexto de atendimento técnico e help desk, veja:

  • Qualidade desde o início: prevenir erros é melhor do que corrigir depois. Para o atendimento, isso se traduz na criação de documentações claras, base de conhecimento bem estruturada e respostas consistentes;

  • Automação de testes: aqui, times de suporte técnicos trazem seu foco em validar, atualizar e corrigir aplicações antes de subi-las no ambiente de produção, garantindo que tudo funcione corretamente quando o cliente tiver contato com as soluções;

  • Feedback constante: o retorno dos usuários após cada interação serve como combustível para evoluir o serviço e ajustar processos. A cada novo feedback, melhora-se o atendimento, para que seja mais eficiente e alinhado às expectativas do cliente.

Lean

A filosofia Lean tem como base a eliminação de desperdícios e a entrega contínua de valor — buscando sempre melhorar processos, otimizar o fluxo de trabalho e garantir que cada atividade realmente contribua para o resultado final, tudo com o mínimo de atrito possível.

No atendimento, essa abordagem se traduz em uma gestão mais enxuta, onde o time foca em entregar muito com pouco, sem desperdícios de tempo, recursos ou energia. O pode envolver:

  • Automatização de tarefas manuais ou repetitivas, como categorização de tickets, encaminhamentos ou respostas padrões;

  • Identificação e remoção de gargalos, por meio da análise de indicadores como tempo médio de atendimento, SLA ou volume de reaberturas;

  • Redução de retrabalho, garantindo que a primeira resposta já traga clareza e resolutividade para o cliente;

Benefícios da metodologia ágil no help desk

Adotar práticas ágeis no atendimento pode transformar a forma como os times trabalham — e isso não é só teoria. Um artigo da Harvard Business Review² destaca que levar o mindset ágil para toda a organização, especialmente com o apoio de ferramentas de help desk, como a Agidesk, contribui diretamente para aumentar a eficiência, o engajamento da equipe e a consistência nos resultados.

Na prática, combinar agilidade com as melhores funcionalidades desta tecnologia traz benefícios concretos para o dia a dia do suporte. Confira aqui alguns dos principais ganhos:

Visão em tempo real dos atendimentos

A gestão visual permite que os chamados sejam organizados de forma clara e intuitiva, com colunas que representam os estágios do atendimento (por exemplo: "Novo", "Em Atendimento", "Aguardando Cliente", "Concluído"). Isso oferece transparência total sobre o andamento das demandas, ajuda na distribuição equilibrada das tarefas e facilita a identificação de gargalos.

Priorização colaborativa

Com o uso de tags, SLAs e regras de automação, a definição de prioridades deixa de ser subjetiva ou centralizada. Toda a equipe pode contribuir para organizar e classificar os atendimentos com base em critérios objetivos — como urgência, impacto no negócio ou perfil do cliente — o que garante alinhamento entre os envolvidos e respostas mais sólidas.

Menos retrabalho e mais controle

Cada interação com o cliente é registrada de forma automática e organizada, reduzindo o risco de informações se perderem no caminho, evitando retrabalho e permitindo que qualquer membro da equipe possa retomar um atendimento com histórico completo e contexto. Além disso, há também uma maior facilidade no acompanhamento de cumprimento de prazos.

Cultura de melhoria contínua

A agilidade parte do princípio da evolução constante. Ao observar padrões e identificar melhorias em processos, abordagens e ferramentas, os times conseguem aprimorar sua atuação de forma prática e consistente, transformando rapidamente ruídos antes mesmo que virem problemas com potencial para desagradar clientes. Mais do que encontrar falhas, a cultura ágil incentiva que elas sejam enfrentadas com naturalidade — tornando o teste, o ajuste e a melhoria parte do dia a dia.

Métricas ágeis no help desk: resultados em tempo real

No universo ágil, tomar decisões com base em dados é parte do processo. Por isso, um help desk eficiente precisa oferecer mais do que relatórios: ele deve fornecer métricas que não só trazem uma visão clara e atualizada da operação, mas que também direcionam ajustes rápidos e ações mais certeiras.

Veja aqui os principais indicadores que devem ser observados quando falamos de metodologias ágeis:

  • Lead Time (tempo total de resolução): mede quanto tempo, do início ao fim, um chamado leva para ser resolvido. Disponível por tipo de solicitação, cliente, operador ou período, é uma métrica essencial para identificar gargalos e oportunidades de acelerar o atendimento sem comprometer a qualidade.

  • Throughput (volume de entregas): mostra quantos atendimentos foram concluídos por time, agente ou período. Essa métrica ajuda a entender a capacidade real de entrega da equipe e serve como base para definir metas factíveis e acompanhar o desempenho ao longo do tempo.

  • Work in Progress (WIP): indica o número de tickets em andamento por operador ou por etapa do fluxo. Essa visibilidade permite ajustar a carga de trabalho em tempo real, evitando sobrecarga de agentes e garantindo uma entrega sólida e constante durante toda a jornada de atendimento.

  • Satisfação do cliente (CSAT): coletado logo após o encerramento de um chamado, o CSAT mede a percepção imediata do cliente sobre o atendimento recebido. Mais do que avaliar velocidade ou tempo de resposta, ele aponta como o cliente se sentiu em relação à clareza da solução, postura do atendente e efetividade na resolução. É um termômetro direto da experiência.

  • NPS e avaliações por canal: o Net Promoter Score (NPS) complementa o CSAT ao medir o grau de fidelização do cliente com base em uma pergunta simples: “Você recomendaria este serviço?”. Quando analisado por canal (e-mail, telefone, chat, etc.), esse indicador oferece uma visão estratégica da reputação do atendimento, ajudando a identificar quais pontos de contato geram mais confiança e quais exigem ajustes.

Inserir a metodologia ágil no seu dia a dia pode ser simples com a Agidesk!

Adotar agilidade não exige uma virada radical. Pelo contrário, trata-se de evoluir aos poucos, com entregas frequentes, foco no cliente e ajustes inteligentes ao longo do caminho. E com a Agidesk, esse processo se torna simples e natural:

Organize seus painéis por squad, tipo de atendimento ou cliente

Com a nossa plataforma, é possível criar múltiplos painéis personalizados para separar atendimentos por tribo, carteira, SLA ou canal. Isso garante foco, visibilidade e gestão clara da carga de trabalho.

Crie um fluxo de etapas adaptado à sua operação

Monte colunas que representam as fases reais da jornada do atendimento no seu time — como “Triagem”, “Em andamento”, “Escalada” e “Concluído”. Cada etapa pode ter responsáveis, prazos e alertas específicos.

Centralize todo o histórico em um único lugar

Todas as interações com o cliente ficam registradas e acessíveis em tempo real, facilitando retomadas, evitando retrabalho e criando uma base sólida para entregas incrementais e feedbacks contínuos.

Automatize tarefas repetitivas com inteligência

Utilize bots e regras de automação para classificar, encaminhar ou responder chamados que não exigem ação humana. Seu time ganha tempo para se concentrar no que realmente importa, sendo mais estratégico em suas ações.

Monitore os dados para evoluir com consistência

Com os dashboards nativos e relatórios prontos, você filtra informações e acompanha tudo em múltiplos painéis para compreender quais demandas mais consomem tempo e onde o processo pode ser aprimorado.


Que tal começar a implementar agora mesmo essa mentalidade, já contando com toda a potência da Agidesk? Agende uma demonstração com os nossos especialistas ou cadastre-se na nossa plataforma e teste todas as funcionalidades gratuitamente por 14 dias. Estamos aqui pra te ajudar a dar esse primeiro passo — e os próximos também.


¹ The impact of agility: How to shape your organization to compete, 2021
Disponível em: https://www.mckinsey.com/capabilities/people-and-organizational-performance/our-insights/the-impact-of-agility-how-to-shape-your-organization-to-compete 

² Embracing Agile, 2016
Disponível em: https://hbr.org/2016/05/embracing-agile